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Tarifa branca faz energia 18% mais barata e cobra valor dobrado no horário de pico



O consumidor pode, desde o início deste ano, optar pelo sistema da tarifa branca que reduz valor da conta de energia em 18%. No entanto, o consumo pode ficar duas vezes mais caro para energia utilizada em horário de pico, entre 18h e 21h.

A tarifa branca começou a ser oferecida em território nacional na última segunda (1º). O modelo propõe cobranças diferenciadas no preço da energia elétrica, dependendo do horário do dia. Em Cuiabá, a Energisa recebeu, nos primeiros quatro dias do ano,  4 solicitações para adesão ao programa. Mas a distribuidora alerta que a conta final pode aumentar em até 127%, caso não seja reduzido o consumo no horário de pico.

A tarifa branca foi anunciada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) em 2016, mas começou a valer em 2018. Nessa sexta (5), durante coletiva de imprensa, a Energisa (concessionária que distribui energia em Mato Grosso) explicou sobre o funcionamento do serviço, disponível para residências ou locais comerciais.

O gerente de serviços comerciais da Energisa Mato Grosso, Wesley Batista, explica que a cobrança será diferenciada para pessoas que reduzirem o consumo, nos dias úteis, durante os chamados “horário de ponta”, que são os horários de pico, com consumo mais elevado.  Há também o “horário intermediário”. O primeiro - quando existe a maior demanda por energia em todo o país – é das 18h às 20h59 e o segundo é das 17h às 17h59 e das 21h às 21h59.

De acordo com Wesley, nessas duas faixas serão cobrados a mais pelos KW/h consumidos até 90%. Em compensação, no restante do dia as baixas podem chegar a 16% no KW/h.

O gerente da Energisa alerta para os riscos da assinatura da tarifa sem que a pessoa pense e coloque no papel toda a sua rotina. “A gente orienta ao consumidor analisar seus hábitos de consumo e estudar modelos que sejam favoráveis aos enquadramentos da tarifa branca. Se a pessoa se comprometer a reduzir o consumo no horário de ponta e não o fizer, ela terá uma surpresa grande no final do mês”, pontua.

Em uma simulação no site da Energisa, recomendada para os interessados, é mostrado que a tarifa convencional é de R$ 0,49/KWh independente do horário do dia. Já para as pessoas enquadradas na tarifa branca, o preço cobrado no horário de pico, sobe para R$ 1,06 e, fora desse horário, cai para para R$ 0,67/KWh no intermediário e para R$ 0,40/KWh entre 22h e 16h59. Ou seja, o cliente que assinar o serviço terá que reduzir seu consumo no horário de pico, senão pagará mais do que o dobro da tarifa convencional para o período.

Reprodução

quadro hor�rios de pico no consumo energia

Gráfico mostra tarifa convencional com valor fixo em qualquer hora do dia e diferenças na tarifa branca

Adesão

Os interessados em entrar na tarifa branca terão que ir diretamente às agências de atendimento da Energisa. O cliente assinará um contrato e um novo equipamento medidor será instalado em sua casa. A cobrança diferenciada não se aplica aos consumidores residenciais classificados como baixa renda, beneficiários de descontos previstos em lei e à iluminação pública.

A qualquer momento o usuário que já está integrado ao serviço poderá pedir seu retorno à chamada tarifa convencional. Nesse caso, a distribuidora terá 30 dias para retornar o modelo de cobrança tradicional, sendo que após isso o cliente só poderá retornar à tarifa branca depois de 180 dias. “A Aneel pretende fazer com que os brasileiros revejam o seu consumo de energia, mas o principal objetivo é proporcionar aos clientes uma tarifa mais acessível de acordo com os seus hábitos de consumo”, afirma Wesley.

A tarifa branca está sendo estudada desde 2012 pela Aneel que, em setembro de 2016, publicou uma resolução informando que o programa iniciaria em janeiro de 2018.

Por enquanto, a tarifa branca está disponível para consumidores que utilizaram no ano passado uma média superior a 500 kwh/mês. A partir do ano que vem, o sistema será aberto para pessoas que consomem mais de 250 KWh/mês e, em 2020, para todas as faixas de consumo.

Fonte: RDnews