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Mato Grosso tem a segunda tarifa de energia mais cara do país



A tarifa de energia elétrica no Brasil e no Mato Grosso penaliza bolso do consumidor. O tema foi consenso hoje na abertura do III Encontro dos Conselhos de Consumidores de Energia Elétrica do Centro Oeste, nesta quinta-feira (11.05), em Cuiabá.  

O evento contou com presença de vários representantes do setor elétrico, como a diretora do Procon/MT, Gisela Simona, o presidente do Conselho de Consumidores de Energia Elétrica da Energisa Mato Grosso, Edvaldo Belisário, diretor presidente da Energisa Mato Grosso, Gabriel Pereira, a presidente do Conselho de Consumidores da Área de Concessão da Energia MS (Concen/MS), Rosimeire Cecília da Costa e coordenador Regulador de Energia, Thiago Alves Bernardes.  

No primeiro painel “Democratização da Energia Elétrica”, Carlindo Lins da empresa CLPF/Pará, falou sobre os estados com maiores tarifas do país.  Mato Grosso segue em 2° lugar, segundo Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), e o Brasil como o segundo país com a energia mais cara do mundo.  

“Precisamos desburocratizar a energia no estado. Temos que transformar o cenário de produção e consumo de insumos energéticos por meio da inovação nos processos. Assim é possível facilitar a compreensão e a disseminação da informação”, relatou.   

Segundo Lins o caminho para isso é a descarbonização, descentralização e digitalização do processo, isso caminha com a evolução do setor energético. “Temos que procurar uma forma para que o pessoal de baixa renda tenha acesso a energia barata, por isso é preciso torná-la acessível”, defendeu Carlindo.  

O empresário ainda relatou que a tarifa social não é uma solução, pois o furto de energia no país comprometeu ano passado mais de R$ 6,6 bilhões, e todo esse valor foi descontado nas tarifas dos brasileiros. “O Brasil não fica sem energia, por mais difícil que seja sua renda mensal, o consumidor paga com regularidade. Penso que uma das soluções é a novidade anunciada na semana passada pelo Ministério de Minas e Energia que sinalizou que quer integrar nos contratos de concessão a abordagem social”, informou.    

Na mesma direção da primeira apresentação o segundo painel, “inovações no processo de transição energética e os impactos na tarifa para os consumidores”, que foi presidido pela presidente do Conselho de Consumidores da Área de Concessão da Energia MS (Concen/MS), Rosimeire Cecília da Costa, reforçou que tarifa hoje é maior do que o brasileiro pode pagar.   

“Com a modernização do setor elétrico o consumidor cativo continua sendo o mais onerado, por mais que as energias solares façam um lindo marketing, os brasileiros acabam pagando o mesmo valor tarifário, seja ele para energia elétrica ou energias solares e eólicas”, destacou Rosimeire.  
 
Segundo ela a redução da tarifa está sendo tratada pela Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), vinculada ao Ministério de Minas e Energia. O objetivo da instituição seria desenvolver novas tecnologias para diminuição de tarifas que chegam na casa do consumidor. “Mas o que vemos, infelizmente é que o fundo setorial tem permitido o aumento exponencial para custear políticas públicas”, disse.  
   
O evento também reuniu painéis sobre o “Programa mais Luz para Amazônia” e “Fiscalização dos serviços de Distribuição de energia elétrica: Como os conselhos de consumidores podem auxiliar na fiscalização?”. O evento segue até os dias 12 e 13 de maio.